quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Primavera/ Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim pararecebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores. Há bosques de rodo dendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e de serto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol. Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados def lores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz. Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação. Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, nomomento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou. Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redordo perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançadoao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa -Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998,pág. 366.

Batida de Champagne e Morangos

200 gr de morango
1 garrafa(s) de champagne gelada(s)
1/2 lata(s) de leite condensado
Bata tudo no liquidificador até que o morango fique bem triturado. Coe e sirva em taças de Champagne.

Doce com flores!!

Foto Doce e Sorvete de Rosas/ Divulgação Expoflora
Flores e culinária são a combinação perfeita nas edições da Expoflora. Este ano, a festa que acontece sempre na cidade de Holambra reserva algumas surpresinhas deliciosas.
A Confeitaria Zoet en Zout, que significa doces e salgados em português, elaborou o Doce de Violeta (Viooltje), preparado com essência da violeta perfumada (planta comestível) importada dos Estados Unidos. Esse espécie é conhecida na Inglaterra como sweet violet e pode ser usada também em chás, bolos, xaropes, saladas, geléias e manteigas.
A sobremesa é feita com mousse de iogurte e violeta, que são separados pela massa de pão-de-ló. Juliana Meulman, criadora do doce, serve-o em taças decoradas com folhas de hortelã e confeito de açúcar em formato de flores.
Outra atração gastronômica é o Sorvete de Rosas, com massa cremosa, sabor exótico e cor rosada suave, da Delicci Sorveterias, que também faz outros sabores, como mesclado de amora, o negresco, o Romeu e Julieta, o suflair e a torta de limão.
Também nas praças de alimentação e confeitarias da cidade serão vendidos alguns docinhos típicos da cozinha holandesa. Saborosos e com nomes difíceis de pronunciar, como o appelfappen (folhado de maçã), kransjes (amanteigado de amêndoas), speculaas (a bolacha mais típica holandesa) e krakeling (folhado de canela).
Ps: Quero que você me chame pra eu fazer essa e outras receitinhas pra você Jô!
Você mesmo Jô Soares querido do meu coração.

Maravilhas Juntas


Fazer-te o amor contigo, é tão indescritível que o único que posso é pedir-te de fazê-lo e fazê-lo mais...
Ver teu corpo nu é ver a mil maravilhas juntas, é um trovão, é a acalma, é a beleza que se apalpa, é minha loucura...
Estaria dentro de ti toda minha vida. E se saio seria para entrar de novo e não sair.
Tens uns lábios como morangos, encanta-me comer de teus lábios e fazer de teu corpo o meu.
Conhecer-te e fazer-te o amor é o melhor do que me sucedeu nunca.
Teu cabelo é como a seda, teu ventre meu travesseiro, teus olhos minha paixão...

Mudanças/ Paulo Coelho


É preciso correr riscos,só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.
Todos os dias Deus nos dá um momento em queé possível mudar tudo que nos deixa infelizes.
Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que hoje é igual a ontem e será igual ao amanhã.
Mas quem presta atenção ao seu dia descobre o instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais.
Mas este momento existe: um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
A felicidade às vezes é uma benção, mas geralmente é uma conquista.
Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões.
Mas tudo isto é passageiro,e não deixa marcas.


Autor: Paulo Coelho, compositor, diretor de teatro, dramaturgo, escritor e jornalista brasileiro. Nasceu em 24 de agosto de 1947, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, tipo humano Virgem, signo Terra, regência Mercúrio, pedra Jaspe e flor Papoula. Já vendeu mais de 21 milhões de livros em cem países. Foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Roberto Campos, na cadeira no 21, que tem como patrono Joaquim Serra, no dia 25 de julho de 2002. Tomou posse no dia 28 de outubro do mesmo ano tendo sido recebido pelo acadêmico Arnaldo Niskier.