quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O que você sente quanto vê essa foto?



Um sussurro calado, de um corpo que grita vida, que se entrega toda, no mar da rebeldia despe-se de pudores herdados.
Joga-se de alma, no céu da alegria .
A boca, morde, o desejo.
Sangra! As mãos a procura do esconderijo.
Perdem-se aos sentidos, infinitos.
Morrem as palavras, sufocadas de suor.
O silencio, afaga meu corpo enquanto a tua boca, o banha.
Sinto a a tua vida aquecer meu ventre e a tua alma, se vestir da minha.
Livro-me da vida , que eu ja tinha...
Entro na tua vida,
Me dou esse presente!
Formam-se caminhos, criados de sonhos
Amam, como reis, em castelos carnais.
Vencedores, nos melhores finais!
Erguem,vitoriosos o sorriso da vida...
A entrega tão desejada.
A vida tão bem vivida.

Ser espontânea é a melhor arma de sedução!!


Você caprichou no decote, fez as poses certas, jogou o cabelo para um lado e para o outro e... nada! Faz meses que não chove na sua horta e ela está mais seca que o sertão nordestino? Pois é, minha amiga, nem sempre os "manuais de sedução", com as regras in-fa-lí-veis, surtem efeito. Muito pelo contrário, costumam afastar ainda mais o seu alvo. Homens e especialistas em relacionamento afetivo são taxativos: para seduzir, é preciso ser natural.


"A mulher que se preocupa muito em ser sensual acaba não sendo nem um pouco", detona o webdesigner Fernando Ribas, 31 anos. O ilustrador Fábio Pacheco, 30 anos, faz coro: "Espontaneidade é sempre a melhor arma de sedução", diz. Segundo os rapazes, o grande erro das mulheres é acreditar que precisam estar sempre lindas, impecáveis e sensuais. Com essa ânsia, a naturalidade acaba sendo deixada de lado. "Mais do que beleza, a sensualidade vem da atitude", complementa Fábio.
É uma habilidade de usar o corpo como instrumento de comunicação erótica, nada tem a ver com padrões de estética corporal
E, pasmem, os entrevistados detonam os símbolos sexuais mais desejados do mundo. "Angelina Jolie é muito artificial. Tem gente que acha a Juliana Paes, Deborah Secco e Alinne Moraes muito sexies. Não são. Aquela imagem é construída, é 'perfeitinha'. O bom da mulher são as imperfeições, as sutilezas, o charme", dispara o administrador de empresas Rogério Calamares, 40 anos, que já teve famosas na sua lista de conquistas. "Você tira onda no momento, mas depois vê que elas são muito vazias e você perde totalmente o tesão".
"Por exemplo, eu nem acho a Christiane Torloni bonita, mas ela é muito sensual. Desde pequeno, quando a via na TV, ela mexia com o meu lado masculino", entrega Fábio. Já Fernando aponta a atriz Regiane Alves como uma famosa que chama sua atenção. "Ela tem uma beleza comum, mas um jeito diferente, especial", descreve.


"Fora" dos padrões
De acordo com eles, as mulheres se enganam quando acham que a sensualidade tem a ver com a beleza física. "Nem sempre", garante o médico Esteban Cunha, 28 anos, admirador das mulheres mais cheinhas. "As namoradas mais sensuais que tive nem de longe tinham um corpo perfeito, mas o olhar, as atitudes, o senso de humor eram simplesmente arrebatadores", descreve. "A mulher que desperta o desejo num homem pode não estar dentro de um padrão de beleza. Ser inteligente, independente, saber se portar e conversar são características muito mais importantes para mim", afirma Fernando Ribas, que aponta os olhos e a boca como as partes do corpo feminino que mais lhe chamam atenção.
Para a professora de artes sensuais Vana Charbel Moura, a sensualidade é uma questão de postura. "É uma habilidade de usar o corpo como instrumento de comunicação erótica, nada tem a ver com padrões de estética corporal", garante. Já Sérgio Savian, consultor de relacionamentos, afirma que a sensualidade tem a ver com a auto-estima da mulher. "Cada um de nós tem uma essência, alguns com mais libido, outras com menos. As pessoas que têm menos libido geralmente são mais inibidas, não se permitem ser sensuais. Não tenha medo de sua feminilidade, tanto do corpo, o gostar-se fisicamente, quanto da cabeça, que é se sentir bem consigo mesma", afirma.
A psicanalista Beth Valentim, colunista do Bolsa de Mulher, garante que tudo tem a ver com o estado de espírito delas. "A auto-estima tem que estar lá em cima e os sentimentos devem estar em harmonia". Segundo ela, para extravasar essa qualidade, a mulher deve estar de bem com a vida, ser independente, gostar-se e ser bem resolvida. "A sensualidade é irmã da felicidade", resume.

Carlos Drummond de Andrade


A moça mostrava a coxa, a moça mostrava a nádega, só não mostrava aquilo – concha, berilo, esmeralda – que se entreabre, quatrifólio, e encerrra o gozo mais lauto, aquela zona hiperbórea, misto de mel e de asfalto, porta hermética nos gonzos de zonzos sentidos presos, ara sem sangue de ofícios, a moça não me mostrava. E torturando-me, e virgem no desvairado recato que sucedia de chofre a visão dos seios claros, qual pulcra rosa preta como que se enovelava, crespa, intata, inacessível, abre-que-fecha-que-foge, e a fêmea, rindo, negava o que eu tanto lhe pedia, o que devia ser dado e mais que dado, comido. Ai, que a moça me matava tornando-me assim a vida esperança consumida no que, sombrio, faiscava. Roçava-lhe a perna. Os dedos descobriam-lhe segredos lentos, curvos, animais, porém o máximo arcano, o todo esquivo, noturno, a tríplice chave de urna, essa a louca sonegava, não me daria nem nada. Antes nunca me acenasse. Viver não tinha propósito, andar perdera o sentido, o tempo não desatava nem vinha a morte render-me ao luzir da estrela-d'alva, que nessa hora já primeira, violento, subia o enjôo de fera presa no Zôo. Como lhe sabia a pele, em seu côncavo e convexo, em seu poro, em seu dourado pêlo de ventre! mas sexo era segredo de Estado. Como a carne lhe sabia a campo frio, orvalhado, onde uma cobra desperta vai traçando seu desenho num frêmito, lado a lado! Mas que perfume teria a gruta invisa? que visgo, que estreitura, que doçume, que linha prístina, pura, me chamava, me fugia? Tudo a bela me ofertava, e que eu beijasse ou mordesse, fizesse sangue: fazia. Mas seu púbis recusava. Na noite acesa, no dia, sua coxa se cerrava. Na praia, na ventania, quando mais eu insistia, sua coxa se apertava. Na mais erma hospedaria fechada por dentro a aldrava, sua coxa se selava, se encerrava, se salvava, e quem disse que eu podia fazer dela minha escrava? De tanto esperar porfia sem vislumbre de vitória, já seu corpo se delia, já se empana sua glória, já sou diverso daquele que por dentro se rasgava, e não sei agora ao certo se minha sede mais brava era nela que pousava. Outras fontes, outras fomes, outros flancos: vasto mundo, e o esquecimento no fundo. Talvez que a moça hoje em dia... Talvez. O certo é que nunca. E se tanto se furtara com tais fugas e arabescos e tão surda teimosia, por que hoje se abriria? Por que viria ofertar-me quando a noite já vai fria, sua nívea rosa preta nunca por mim visitada, inacessível naveta? Ou nem teria naveta...